“Acreditamos que moda é uma atitude.
É o reflexo do que somos por dentro. E nunca o contrário.”.
Manifesto MUMO
IMPACTO DA MODA
Terceira Indústria mais poluente do planeta
A indústria da moda é a terceira mais poluente do planeta, perdendo apenas para Petróleo e Agropecuária. Entre desenvolvimento de tecidos, produção e descarte, a indústria da moda demanda muitos recursos naturais como água e solo, utiliza diversos produtos químicos e energia para produção das peças e gera toneladas de lixo têxtil – que em muitos casos levam centenas de anos para se decomporem.
ALTO CUSTO AMBIENTAL NO
OBTENÇÃO DE MATÉRIA PRIMA
Os processos para se obter matérias primas para roupas em larga escala e
baixo custo deixam consequências devastadoras em nosso planeta e nas vida
das pessoas. O algodão, uma das fibras mais utilizadas na moda, representa
apenas 3% da lavoura global, mas consome incríveis 25% de todo pesticida produzido
no mundo. Esse uso exagerado de produtos químicos gerar profundos
problemas, desde degradação do solo, mortes ou danos permanentes na saúde
de quem trabalha no campo e contaminação das águas. Em outro extremo,
temos o Poliéster, que embora não use pesticidas para sua produção, é uma
fibra que pode levar até 300 anos para se decompor e é responsável por lançar
micro partículas plásticas nos rios e oceanos a cada lavagem. Segundo estudos,
se continuarmos no ritmo atual, até 2050 teremos mais plásticos do que
peixes nos oceanos.
CONSUMO PREDATÓRIO
DE RECURSOS NATURAIS
Não existe mágica. Produzir peças de roupa utiliza altas quantidades de recursos
naturais. Para se produzir uma camiseta de algodão, são consumidos até 2.700
litros de água, já uma calça jeans até 10.000 litros. Uma pessoa consume em
média 1.000 litros de água por ano –ou seja, uma simples calça jeans representa
até 10 anos de consumo de água de uma pessoa. Além de consumir recursos
naturais, a moda é uma das maiores emissoras de CO2 do planeta, com
1.2 bilhões de toneladas por ano – uma emissão maior que transporte aéreo.
Apenas na produção de poliéster, a emissão de CO2 é equivalente ao que 185
termoelétricas (usinas movidas à carvão) geram de C02.
ESCRAVIDÃO MODERNA
Um dos grandes problemas da indústria da moda em todo o mundo é relacionado
às pessoas que trabalham na produção das peças. Frequentemente vemos
escândalos na mídia sobre ambientes impróprios para o trabalho, altas cargas
horárias e baixa remuneração –basicamente trabalhos análogos à escravidão ou
até mesmo trabalho infantil. O movimento atual de se produzir cada vez mais
peças rápido e com menores custos impacta diretamente a mão de obra, que
precisa ser mais ágil, barata e produtiva. Isso faz com que pessoas trabalhem
cada vez mais, por menos e em condições insalubres – tudo para que as
roupas custem cada vez menos, ou gere mais lucro para poucos. Estima-se que
170 milhões de crianças de alguma forma trabalham em todo o mundo e muitas
delas na indústria da moda.
LIXO E MAIS LIXO
Estudos feitos em países desenvolvidos como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha,
constataram que apenas 10-30% das roupas que são doadas para caridade
são realmente consumidas com esse propósito. Os outros 70-90% são vendidos
para países subdesenvolvidos no Leste Europeu, África e Ásia. Nesses
países, as roupas alimentam um marcado popular, mas ainda assim existem
mais peças do que pessoas e o restante acaba em aterros sanitários. Apenas
no Brasil, são geradas 170 mil toneladas de lixo têxtil por ano e mais da metade
termina em aterros sanitários. Apenas no Bom Retiro, em São Paulo, são geradas
12 toneladas de lixo têxtil por dia e muito nem sequem vai para um aterro,
ficam jogadas pelas calçadas. Mesmo quando descartadas em aterros, muitas
dessas fibras são de materiais não biodegradáveis, como o poliéster que leva
até 300 anos para se decompor.